terça-feira, 18 de agosto de 2009

Como os nossos pais

A música desta semana é muito antiga, mais velha do que eu, mas eu adoro. Costumo ouvi-la quando necessito de me situar nos meus objectivos.
É uma música que fala sobre os sonhos, os ideais da juventude, quando estamos cheios de energia e pretendemos mudar o mundo. Apaixonamo-nos por tudo o que nos rodeia, vivemos a vida intensamente, não temos medo de correr riscos.
No entanto com o desenrolar do filme da nossa vida, deixamos de viver, passamos a sonhar com o que poderia ter sido a nossa vida. Acumudamo-nos e deixamos que o conforto tome conta do nosso destino. O objectivo passa a ser amealhar dinheiro para nos rodearmos aínda de mais luxos e conforto e aqueles sonhos que tinhamos na nossa adolescência não passam disso mesmo, sonhos e se um dia tivermos o privilégio de ter filhos e eles quiserem ter esses sonhos, vamos chamá-los de irresponsáveis. Enfim, acabamos como os nossos pais!

Eu tive a felicidade de ter nascido numa familia que me permitiu ser aquilo que eu quisesse ser, que incentivou o meu raciocínio, o espírito crítico e que me fosse libertando das correntes que a sociedade tenta colocar, tudo dentro do respeito pelos limites de cada um, amando sempre o próximo. São essas as ideias que eu tento passar para os meus filhos, mas é um desafio enorme, tudo à nossa volta leva-nos no sentido contrário. O material tem um poder enorme.

No outro dia tive uma conversa muito interessante perguntaram-me onde é que eu gosto mais de viver e porquê. A maior parte dos motivos em que consegui imaginar eram motivos materiais.

Não quero lhe falar,
Meu grande amor,
Das coisas que aprendi
Nos discos...

Quero lhe contar como eu vivi
E tudo o que aconteceu comigo
Viver é melhor que sonhar
Eu sei que o amor
É uma coisa boa
Mas também sei
Que qualquer canto
É menor do que a vida
De qualquer pessoa...

Por isso cuidado meu bem
Há perigo na esquina
Eles venceram e o sinal
Está fechado prá nós
Que somos jovens...

Para abraçar seu irmão
E beijar sua menina na rua
É que se fez o seu braço,
O seu lábio e a sua voz...

Você me pergunta
Pela minha paixão
Digo que estou encantada
Como uma nova invenção
Eu vou ficar nesta cidade
Não vou voltar pro sertão
Pois vejo vir vindo no vento
Cheiro de nova estação
Eu sei de tudo na ferida viva
Do meu coração...

Já faz tempo
Eu vi você na rua
Cabelo ao vento
Gente jovem reunida
Na parede da memória
Essa lembrança
É o quadro que dói mais...

Minha dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Como os nossos pais...

Nossos ídolos
Ainda são os mesmos
E as aparências
Não enganam não
Você diz que depois deles
Não apareceu mais ninguém
Você pode até dizer
Que eu tô por fora
Ou então
Que eu tô inventando...

Mas é você
Que ama o passado
E que não vê
É você
Que ama o passado
E que não vê
Que o novo sempre vem...

Hoje eu sei
Que quem me deu a idéia
De uma nova consciência
E juventude
Tá em casa
Guardado por Deus
Contando vil metal...

Minha dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo, tudo,
Tudo o que fizemos
Nós ainda somos
Os mesmos e vivemos
Ainda somos
Os mesmos e vivemos
Ainda somos
Os mesmos e vivemos
Como os nossos pais...


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